Coronel Cavalaria Léo Edison SCHWALB


25/06/1949 a 21/02/2017





Ten Schwalb - 12º R C Mec - 2º Esquadrão/Pelopes - 1973/1974
Maj Léo Edison Schwalb (1988-1990) - Comandou o 8º Esquadrão C Mec

Narrativa do Ten Marc:
"O Schwalb foi da minha turma de cavalaria (1968) no CPORPA . Saiu Aspirante R/2.
Naquela época era possível ir direto para a AMAN, conforme a classificação do aluno.
Ele foi. Quando ele saiu novamente aspirante, se apresentou no MEC. No 2° Esquadrão.
Na ocasião eu respondia pelo comando do esquadrão.
Demos boas risadas e ele foi para o pelotão designado. Histórias do MEC"



SCHWALB, O HOMEM-BASE

SCHWALB, Léo Edson. Sin: Alemão Schwalb, Chulab. Varão ilustre de Araran­guá-SC. Praticante aguerrido de basquete em legendárias equipes cavalaria­nas, na quadra e no picadeiro. Renomado calção preto com excelentes serviços prestados entre o Cara de Cão e o Pão de Açúcar. Base do Esquadrão em for­ma, sempre tranquilo na aparência de astro hollywoodiano.Ver Domingues, Paca.

(Do Pequeno Dicionário 3M).

Definitivamente, uma semana para ser esquecida, ou refletida. Quando ainda recende o luto da perda do Ismael, na segunda-feira, 20, a notícia da inominável violência de um assalto praticado em Porto Alegre reativou indescritível tristeza e esperanças na Turma por um final feliz. Em vão. Na terça-feira, 21, a vítima - desta vez o estimado Léo Edson Schwalb - sucumbiu aos ferimentos, à covardia desumana de malfeitores e à insegurança ilimitada das cidades brasileiras. Mas agigantou-se para sempre nos corações e nas lembranças dos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

É lugar-comum atribuir-se à morte o papel redentor de reputações, sem filtro discriminatório. Dissolutos assumidos, genocidas afamados, psicopatas homicidas, ladravazes habituais, criminosos irrecuperáveis et caterva geralmente são ungidos a panteões virtuosos apenas devido a circunstâncias irrecorríveis de suas exclusões deste mundo, resultando injustiças flagrantes se comparados aos que dignificaram a humanidade como o inesquecível homem-base do Esquadrão/72.

O Schwalb simbolizou muito mais do que uma simples referência física nas formaturas dos pátios, campos de parada e alas da AMAN. Acompanhei nas redes as inumeráveis, justas e sinceras manifestações elogiosas sobre ele e, consternado, estava a considerar-me incapaz de expressar em tons precisos sentimentos próprios quanto à personalidade visceral do querido amigo de antigos ELD no terreno, das desajuizadas partidas de basquete à cavalo nos picadeiros, das provas hípicas nas carrières, dos cross emocionantes, da vibrante equipe de basquete da Cavalaria e demais vivências fraternas da nossa juventude acadêmica. O travo amargo da saudade, que o passamento doloroso e súbito acentuou, desestimulava encorpar comentários sobre um ser humano da estirpe especial do Alemão, sem tropeçar na redundância. Embora seja indispensável enaltecer um homem bom e justo, traduzir a exata dimensão da sua grandeza representa ingente desafio. O Schwalb merece esse desafio.

Profissional exemplar, cavaleiro exímio e atleta invulgar, exerceu durante anos as funções de instrutor da EsEFEx, com a inquestionável elegância do porte e de atitudes, a gentileza genuína, a convivência agradável e a conduta irretocável. Quando li os comentários de integrante do Bodes do Asfalto - grupo de motociclistas maçons que chefiava no Sul - destacando-lhe as reconhecidas virtudes, se dúvida houvesse elas se dissiparam na descrição incisiva do seu caráter íntegro e amizade desinteressada.

Infelizmente, a banalização do mal nesses tristes tempos atuais reforçou as estatísticas de uma criminalidade sem freio, enlutando a legião de admiradores de alguém que muito ainda teria a realizar por seus semelhantes.

Pranteamos, inconsoláveis, a partida precoce de uma pessoa valorosa e estimada. No Céu, soam trombetas para recepcioná-la diante de uma vida pautada pela bondade, honradez e dignidade.

Imagino agitadas as hostes divinais, impelidas pelo brado: Esquadrão em forma!!!

Acorre, pressurosa, a vanguarda dos centauros celestiais de 72, nas figuras do Boson, Caridade, Cruz, Gonzalez, Marne, Guerra, Macedo e Martinelli. Tranquilo e sorridente, o Alemão confraterniza antes de reassumir o lugar de homem-base do saudoso Esquadrão de nossas vidas, expressão sentimental de agrado do generoso Micelli.

Finda a batalha terrena, permanece viva a sua presença no legado de exemplos construídos, no afeto de familiares e amigos, na brilhante continuidade profissional do filho, Oficial do Exército - de Cavalaria.

Animado pela (re) visão da sua invejável habilidade equestre, inspiradora nas pistas de salto a superar obstáculos, eu proclamo ao velho, inesquecível amigo Schwalb:

- Para frente, para a glória, para a vida eterna!

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2017.

Cad Cav 1039, Nilo.
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